segunda-feira, julho 07, 2008

Não sei se a palavra existe, mas está provado que eu sofro de dependência crónica de automóveis, ou melhor, de um automóvel à minha disposição.

A seguinte história é humilhante, mas eu tenho de partilhar.

Festa de aniversário em Lisboa, por querer beber e ter boleia para regressar, deixo o carro à porta do local onde vou dormir.

Primeiro uma caminhada até ao metro.
Primeiro obstáculo, aquela merda estava fechada...mas como eram 19h telefonei a pedir explicações. Ah a entrada é mais abaixo, esta porta está sempre fechada.
A menina desce a Almirante Reis (na zona do intendente). Tentei manter o ar de: "eu faço isto todos os dias, não tenho medo de andar sozinha em ruas com pessoas bêbedas e drogadas", tenho para mim que não resultou.
Comprar o bilhete...diz que agora é com cartões que se carregam, eu tinha um, carregar aquela merda é que é lixado, foi mesmo por amor ao dinheiro que não comprei outro. Lá pedi ajuda a uma sinhora que olhou para mim e deve ter pensado "nunca vem à cidade coitadinha".
Lá estou eu sentadinha da carruagem quando o metro pára no Rossio e andar que é bom esquece...Então mas isto não acaba no Cais do Sodre, então porque é que não anda... Oiço a sinhora das informações "Por motivos ainda por esclarecer a circulação na linha Azul encontra-se temporariamente interrompida". Nem me atrevi a dizer que eu não quero andar na linha azul, eu quero andar na verde.
Lá fui eu a pé até ao largo do Carmo.

Só para que conste de carro, mesmo com estradas cortadas, tinha sido bem mais fácil. Os sinhores têm que melhorar muito a rede de transportes até eu PENSAR em deixar o carro em casa, mesmo com o preço dos combustíveis e da falta de estacionamento.


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